I used to be so very sensible.
Depois de uma viagem boa, muito boa
pazes feitas com Madrid. Barcelona na corda bamba?
Depois de duas viagens más, muito más de avião,
a chegada a casa, o apanhar do autocarro no aeroporto - como se ainda numa cidade que não a minha. Depois o apanhar do combóio, o regresso ao mar, o verdadeiro regresso a casa. A porta a abrir-se no lugar de sempre, pelo menos quando o sempre tem quase um ano. O combóio a seguir e eu a ficar, o fascínio eterno pelas ondas assustadas, o cheiro a Inverno mas o Verão a querer chegar. Na minha cabeça?
Subir até casa, casa do tipo edifício, porque casas afinal há tantas. Dormir o sono dos guerreiros, porque cidades estranhas sempre nos fazem batalhar, dormir mais do que o esperado. Acordar e o dia é noite, e agora tenho tudo trocado, mais vale assumir e beber café, começar a trabalhar e esperar que amanhã venha. Depois o sono do corpo, a entrega à cama e não ao sofá. Mas a cama pode ser traiçoeira, pode levar os braços para trás da cabeça, as duas mãos a fazer de almofada e a servir de motor ao pensar. E logo os olhos no tecto que não se vê, logo as visões que se tem no escuro - de um dia bom, de uma vida boa, de conquistas suadas, de corridas atrapalhadas. Afinal, aos 24, é mesmo bom ter 24. Nem 14 nem 34, muito menos 7. Crescer é muito bom, quando acompanhado de ciência, quando se tem boas bandejas como pai e mãe. Quando um pai nos diz tirava toda a tua dor para pô-la no meu coração, então isso é viver, isso é quase um sentido para se ser, é um agradecimento a um Deus contra o qual se vai mas do qual nunca se duvida. Não é isso que é ser filho?
Divagações à parte ou não, que bom que é gostar de Elton John nos seus tempos velhinhos, que bom que é saber que Pet Sounds foi o melhor album alguma vez feito mas que New Slang, por alguma viragem de magia, devia lá estar. Que bom que é deixar os dedos correr teclados ou sujar as mãos de tinta. E as calças e a t-shirt, as mesmas que já estiveram em África, em Budapeste, em Praga e em Florença. Em Londres e a esquiar. Em caminhos de caminhante atrás de santuários. Em Lisboa. E que bom que é Lisboa, não é cenário perfeito porque afinal é personagem, só ela já dava um filme, cheio de luz e gente boa.
Mais uma divagação ou outra, que bom que é saber viver no campo e na cidade, que bom que é poder comer frango assado em casas de uma divisão ou jantar num restaurante chamado The Square. E preferir o primeiro. Que bom que é ter avós assim, primos assim, tios assim. Que bom que é saber que família é muito mais que isso, por aqui é sinónimo de raiz, de base de partida e lugar de chegada. De irmãos e sobrinhos nem se pode falar, o orgulho anda por aqui em excesso e transborda palavras. E mais que orgulho, isso então só mesmo Amor.
mais
Que bom que é saber da paixão e da preguiça pela manhã, que medo que é saber de homens com compromissos, que susto é ver casamentos precoces, que estranho é escutar tanto de tanta gente com tanta proximidade física mas tanta diferença em valor. E que bom é encontrar semelhanças em lugares tão inimagináveis como inevitáveis.
Que bom saber da fé e da razão, da falta dela e dos chutos no ar. Que bom é sujar paredes de sangue e limpá-las com tinta. Reciclagens hereditárias. E por falar em heranças, é dos genes que tudo vem. Mas o caminho, ah esse faz-se com sangue próprio.
Hum, afinal para que serve viver o séc. XXI e não fazer uso dele, usar um blog para o que ele serve, caixote do lixo de criancinhas perdidas, os ex-diários que alguém deixava sem chave. Vá lá, todos os alguéns que venham, que espreitem a vida alheia e a comentem, ansiosos que andam por vidas paralelas. Faço aqui o gosto a tanto dente, pena é que sejam poucos os dentes que saibam de nós, esta irmandade bloguistica afinal constituida por dois, já que os outros deram à sola. Não? Se aí andam que se acusem.
Divagações de 4:00, já que me troquei agora troco-te a ti, deixo-te com sono durante o dia. Porque blogs são feitos para textos curtos e concisos. Mil perdões se te desgasto.
Lembrei-me de uma, uma que já pouco me lembrava, que em tempos foi sinónimo de verdades supremas, que hoje passou a ser uma Boa Música - as boas músicas existem por si, não por attachements emocionais. Porque afinal, quase tudo é tão melhor sem attachements. Não?
Bom dia mundo.
Depois de uma viagem boa, muito boa
pazes feitas com Madrid. Barcelona na corda bamba?
Depois de duas viagens más, muito más de avião,
a chegada a casa, o apanhar do autocarro no aeroporto - como se ainda numa cidade que não a minha. Depois o apanhar do combóio, o regresso ao mar, o verdadeiro regresso a casa. A porta a abrir-se no lugar de sempre, pelo menos quando o sempre tem quase um ano. O combóio a seguir e eu a ficar, o fascínio eterno pelas ondas assustadas, o cheiro a Inverno mas o Verão a querer chegar. Na minha cabeça?
Subir até casa, casa do tipo edifício, porque casas afinal há tantas. Dormir o sono dos guerreiros, porque cidades estranhas sempre nos fazem batalhar, dormir mais do que o esperado. Acordar e o dia é noite, e agora tenho tudo trocado, mais vale assumir e beber café, começar a trabalhar e esperar que amanhã venha. Depois o sono do corpo, a entrega à cama e não ao sofá. Mas a cama pode ser traiçoeira, pode levar os braços para trás da cabeça, as duas mãos a fazer de almofada e a servir de motor ao pensar. E logo os olhos no tecto que não se vê, logo as visões que se tem no escuro - de um dia bom, de uma vida boa, de conquistas suadas, de corridas atrapalhadas. Afinal, aos 24, é mesmo bom ter 24. Nem 14 nem 34, muito menos 7. Crescer é muito bom, quando acompanhado de ciência, quando se tem boas bandejas como pai e mãe. Quando um pai nos diz tirava toda a tua dor para pô-la no meu coração, então isso é viver, isso é quase um sentido para se ser, é um agradecimento a um Deus contra o qual se vai mas do qual nunca se duvida. Não é isso que é ser filho?
Divagações à parte ou não, que bom que é gostar de Elton John nos seus tempos velhinhos, que bom que é saber que Pet Sounds foi o melhor album alguma vez feito mas que New Slang, por alguma viragem de magia, devia lá estar. Que bom que é deixar os dedos correr teclados ou sujar as mãos de tinta. E as calças e a t-shirt, as mesmas que já estiveram em África, em Budapeste, em Praga e em Florença. Em Londres e a esquiar. Em caminhos de caminhante atrás de santuários. Em Lisboa. E que bom que é Lisboa, não é cenário perfeito porque afinal é personagem, só ela já dava um filme, cheio de luz e gente boa.
Mais uma divagação ou outra, que bom que é saber viver no campo e na cidade, que bom que é poder comer frango assado em casas de uma divisão ou jantar num restaurante chamado The Square. E preferir o primeiro. Que bom que é ter avós assim, primos assim, tios assim. Que bom que é saber que família é muito mais que isso, por aqui é sinónimo de raiz, de base de partida e lugar de chegada. De irmãos e sobrinhos nem se pode falar, o orgulho anda por aqui em excesso e transborda palavras. E mais que orgulho, isso então só mesmo Amor.
mais
Que bom que é saber da paixão e da preguiça pela manhã, que medo que é saber de homens com compromissos, que susto é ver casamentos precoces, que estranho é escutar tanto de tanta gente com tanta proximidade física mas tanta diferença em valor. E que bom é encontrar semelhanças em lugares tão inimagináveis como inevitáveis.
Que bom saber da fé e da razão, da falta dela e dos chutos no ar. Que bom é sujar paredes de sangue e limpá-las com tinta. Reciclagens hereditárias. E por falar em heranças, é dos genes que tudo vem. Mas o caminho, ah esse faz-se com sangue próprio.
Hum, afinal para que serve viver o séc. XXI e não fazer uso dele, usar um blog para o que ele serve, caixote do lixo de criancinhas perdidas, os ex-diários que alguém deixava sem chave. Vá lá, todos os alguéns que venham, que espreitem a vida alheia e a comentem, ansiosos que andam por vidas paralelas. Faço aqui o gosto a tanto dente, pena é que sejam poucos os dentes que saibam de nós, esta irmandade bloguistica afinal constituida por dois, já que os outros deram à sola. Não? Se aí andam que se acusem.
Divagações de 4:00, já que me troquei agora troco-te a ti, deixo-te com sono durante o dia. Porque blogs são feitos para textos curtos e concisos. Mil perdões se te desgasto.
Lembrei-me de uma, uma que já pouco me lembrava, que em tempos foi sinónimo de verdades supremas, que hoje passou a ser uma Boa Música - as boas músicas existem por si, não por attachements emocionais. Porque afinal, quase tudo é tão melhor sem attachements. Não?
Bom dia mundo.
1 comment:
é bom ler-te. e é bom re-ouvir esta música. sabe sempre bem.
Post a Comment