Normal – conforme à norma ou à regra comum; que serve de regra, de modelo; exemplar; habitual; ordinário.
Diferente – que não é igual; dissemelhante; diverso; alterado; modificado; mudado; inexacto.
Alternativo – que actua ou procede revezadamente; em que há alternação.
Quando pensas em ti imaginas-te dentro de uma destas categorias e normalmente tu consideras-te diferente ou alternativo. Por uma questão de humildade consideras-te diferente porque ser alternativo só é possível àqueles que o são genuinamente, àqueles considerados “disruptivos”. Sentes-te mal na tua pele por não seres o genuíno alternativo e normalmente é tudo uma questão de música. Se conseguires reunir no teu ipod um número considerável de músicas ou grupos musicais que ninguém mais conheça, aproximaste daquilo que é ser realmente alternativo. A isso juntas uma série de inaugurações de exposições, compras a Time Out e vais ao cinema ao King ou ao Quarteto. Depois escondes as vezes em que até espreitas na Caras da tua mãe ou pões o som do rádio mais baixo quando vais a ouvir Ace of Base. É muito desgastante chegar ao fim de um dia inteiramente dedicado a uma estratégia de criação/ sustentação de imagem. E depois espera-te a agoniante escolha da toillete do dia seguinte. Dá muito trabalho ser diferente e mais ainda ser alternativo. Quanto a ser normal a situação não é muito diferente? Afinal o que é ser normal? É usar as calças de cintura subida e marcada que são moda este Inverno…ou será isso ser diferente? Estou confusa! Será ouvir Ben Harper como toda a gente? Mas então há 10 anos atrás ouvir Ben Harper não era alternativo ou diferente? Afinal que postura adoptar? É tudo uma questão de coragem, auto-conhecimento e experimentação. Coragem para assumir que não se tem paciência nenhuma para aquele tipo que canta umas músicas que nem sequer têm melodia, coragem para assumir que se ama mais que tudo aquele tipo que canta umas músicas que nem sequer têm melodia. Auto-conhecimento que nos permita dizer que adoramos roxo ainda que a Vogue nos diga que este Inverno está out. E experimentação porque sem passar por longas ou curtas-metragens do realizador chinês com ascendência francesa e formação alemã nunca vamos poder dizer que nutrimos por ele a maior admiração e que o seu trabalho é absolutamente vanguardista e disruptivo.
Uma coisa é certa, eu odeio frases do tipo “as Caras da vida” ou “as Vodafones da vida” em jeito de exemplo, põe-me os nervos em franja!
Friday, November 9, 2007
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3 comments:
E tu MM afinal em que categoria cais?
Estamos a trabalhar um novo conceito de "lidar com o que nos irrita?"
;)
...
diz-se "do you have trouble acting normal" e nao "do you have problems acting normal". quanto mt dirias "do you have a problem with acting normal".
cada um ouve o que quer, lê o que quer. e julgar dessa maneira agressiva é ser exactamente igual aos que criticas.
Caro anónimo,
O comentário exige um esclarecimento.
Isto não é uma crítica mas sim um incentivo a que toda a gente ouça o que quer e leia o que quer sem se preocupar com a categoria onde é inserida.
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