Tuesday, April 3, 2007

perdidos e achados

Se eu corro todos os dias de manhã, se passo horas enfiada num atelier a cheirar a cola e a acrílico, se faço tatuagens nos braços do meu irmão mais novo, se o meu irmão mais novo um dia cresceu e é muito maior do que eu, se os meus amigos parecem um campo de batalha, corpos e corpos deitados no chão, se a Páscoa é hoje mesmo ou a semana santa ou a semana que o padre disse que servia para nos fazer de santos, se o Ipod foi mesmo a melhor invenção do mundo a seguir à bola de futebol, se os homens das cavernas já usavam preservativos, se o latex se rompe numa probabilidade de 10%, se o Frágil continua a ser a melhor boite de Lisboa, se pensam que o Lux passou à frente estão enganados, se é a música a antecedente e a precedente do amor, se um dia engordo e noutro emagreço, reflexo directo do cérebro que incha e desincha, se os posts não se fazem tão grandes e se isto nem sequer é o desejo número sete.


Então isso quer dizer que, por causa das tintas ou dos stencils, a escrita das minhas mãos está perra como um metal velho. E que então há que acalmar um pouca a cabeça, voltar a estudar a palavra e os livros, em vez de me meter em restaurantes indianos até às tantas da madrugada, a cheirar os sovacos da India inteira.

7 comments:

gripes said...

em vez de canetas que destroiem, talvez seja melhor optares so por aquelas que constroiem. Digo eu.
Até porque acho que te assenta melhor a segunda que a primeira.

Berliner said...

fala o roto ao nu

gripes said...

mas eu nem jeito tenho para escrever!!

Berliner said...

pois não. és uma merda...

Anonymous said...

grande resposta! é uma questão de atitude portanto!

Anonymous said...

mas como dizia frei tomás: olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço

Makuu said...

hey... isso não foi o frei tomás... foi o meu pai! que me disse a vida inteira: faz o que eu digo, não faças o que eu faço.