A minha cidade não é Nova Iorque. A minha cidade é Berlim. Ainda assim também tenho sonhos quentes, noites bonitas e música nos ouvidos. Como tu, tenho buracos nos bolsos. Sei disso porque ainda hoje, parada no sinal vermelho, larguei as mãos da bicicleta e quis aquecer-me no casaco. Dei por mim com um dedo num lugar estranho, fora do sítio onde os dedos ficam. Pensei
buracos todos temos, uns no forro outros na alma. pior que isso só no coração.
O sinal passou a verde, agarrei-me à velocidade com a força de um gavião, vi a cidade passar por mim como se o tamanho não importasse, como se tivesse engolido gasolina
sempre a pensar em ti
Cheguei ao destino
mas podemos todos mudar o nosso destino
e segui em frente, continuei a pedalar, a minha cabeça vazia das imagens de Berlim e cheia de imagens de ti, um momento atrás do outro como num filme em Super 8. As lágrimas e a boca seca, tudo a correr mais depressa que os pedais.
Corri tanto que descobri que em Berlim existe um monte, mais alto que todos os prédios, mais alto que L.A., mais alto que N.Y., mais alto que o muro. É um monte todo verde, onde se respiram as memórias, onde só vai um homem de cada vez. Onde se recebe o dom da visão do passado
onde te vi a ti e a ti, a este lugar e àquele, a este cheiro e ao outro. onde tive a certeza que o meu lugar era este, de que é Berlim a minha estrada e quem sabe até o meu final.
Voltei à bicicleta. Pedalei para o trabalho com a serenidade dos anjos que não caem. E só consegui pensar no Kennedy
Ich bin ein Berliner.
buracos todos temos, uns no forro outros na alma. pior que isso só no coração.
O sinal passou a verde, agarrei-me à velocidade com a força de um gavião, vi a cidade passar por mim como se o tamanho não importasse, como se tivesse engolido gasolina
sempre a pensar em ti
Cheguei ao destino
mas podemos todos mudar o nosso destino
e segui em frente, continuei a pedalar, a minha cabeça vazia das imagens de Berlim e cheia de imagens de ti, um momento atrás do outro como num filme em Super 8. As lágrimas e a boca seca, tudo a correr mais depressa que os pedais.
Corri tanto que descobri que em Berlim existe um monte, mais alto que todos os prédios, mais alto que L.A., mais alto que N.Y., mais alto que o muro. É um monte todo verde, onde se respiram as memórias, onde só vai um homem de cada vez. Onde se recebe o dom da visão do passado
onde te vi a ti e a ti, a este lugar e àquele, a este cheiro e ao outro. onde tive a certeza que o meu lugar era este, de que é Berlim a minha estrada e quem sabe até o meu final.
Voltei à bicicleta. Pedalei para o trabalho com a serenidade dos anjos que não caem. E só consegui pensar no Kennedy
Ich bin ein Berliner.
2 comments:
isto é verde ou vermelho?
Não é verde nem vermelho porque és tu. Logo é uma mistura entre os dois. Tipo nasces verde e descobres o vermelho. E gostas do que vês mas também gostas do que tens. E assim nasce o conflito.
Mas mais valem conflitos que cores únicas, não?
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