Descansa em paz, que o mundo é tosco, meu menino. Descansa como se fosses mesmo esse menino, o puto que pediu aos céus que lhe mandassem uma menina bonita, cheia de flores. Uma menina que não diria mais adeus, porque não aguentavas outro adeus.
Descansa nesse quarto escuro cheio de objectos metálicos, com um frincha de luz a entrar da rua, a entrar da noite da cidade grande. Descansa de braços cruzados atrás do pescoço, a olhar o tecto. Descansa esses olhos cansados de ossos e de sangues e de entranhas e de discussões. Descansa esses sonhos que um dia vêem, que noutro dia se perdem. Descansa das entrelinhas que o mundo teima em oferecer-te. E tu que gostas tanto de frases certas.
Tira os óculos e deixa que descansem também eles em cima da mesa. Põe esse teu pijama de homem crescido, se estiver muito calor dorme só de cuecas. Anseia pelo dia em que não dormirás mais sozinho, em que abraçarás as costas de uma mulher, aquela que te encaixará na perfeição, que acordará e te dirá bom dia meu menino. Deixa-te ficar assim, a olhar para ela, a mulher que sabes que existe, a vida que sabes que te espera e que te fará mais homem. Mais homem ainda.
Deixa os livros, os dossiers cheios de vida, deixa que o sangue hoje seja só teu e de mais ninguém, ouve o teu pulsar em vez desses tantos outros que escutas no estetoscópio.
Fica assim, a olhar para cima, a olhar para o lado, de sorriso malandro a pensar no passado e no futuro, a agradecer pela vida que virá. Fica assim, com esse ar desordenado, de cabelo desalinhado e barba por fazer. Porque um dia, meu menino, um dia virá alguém que passará uma noite inteira a contar cada fio de cabelo teu. E tu dormirás em paz. E essa mulher será, nessa noite, a mulher mais feliz da galáxia. Só por adormecer no teu peito que respira.
Descansa nesse quarto escuro cheio de objectos metálicos, com um frincha de luz a entrar da rua, a entrar da noite da cidade grande. Descansa de braços cruzados atrás do pescoço, a olhar o tecto. Descansa esses olhos cansados de ossos e de sangues e de entranhas e de discussões. Descansa esses sonhos que um dia vêem, que noutro dia se perdem. Descansa das entrelinhas que o mundo teima em oferecer-te. E tu que gostas tanto de frases certas.
Tira os óculos e deixa que descansem também eles em cima da mesa. Põe esse teu pijama de homem crescido, se estiver muito calor dorme só de cuecas. Anseia pelo dia em que não dormirás mais sozinho, em que abraçarás as costas de uma mulher, aquela que te encaixará na perfeição, que acordará e te dirá bom dia meu menino. Deixa-te ficar assim, a olhar para ela, a mulher que sabes que existe, a vida que sabes que te espera e que te fará mais homem. Mais homem ainda.
Deixa os livros, os dossiers cheios de vida, deixa que o sangue hoje seja só teu e de mais ninguém, ouve o teu pulsar em vez desses tantos outros que escutas no estetoscópio.
Fica assim, a olhar para cima, a olhar para o lado, de sorriso malandro a pensar no passado e no futuro, a agradecer pela vida que virá. Fica assim, com esse ar desordenado, de cabelo desalinhado e barba por fazer. Porque um dia, meu menino, um dia virá alguém que passará uma noite inteira a contar cada fio de cabelo teu. E tu dormirás em paz. E essa mulher será, nessa noite, a mulher mais feliz da galáxia. Só por adormecer no teu peito que respira.
2 comments:
às vezes nada percebes da vida
Quem? Eu, Makuu? É possível, mas pouco provável. Há muita coisa de que não percebo, a vida não costuma ser uma delas.
Mas, sr anónimo, porque diz isso, ainda por cima em relação a este texto? É um simples presente. Para o Burke. E o senhor... não se chama Burke pois não?
Cumprimentos
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