Tuesday, July 3, 2007

20 [2(zac)]

Podes dizer ao mundo inteiro que estas letras são tuas. Assim como os desenhos que fiz, os espaços que deixei. Podes dizer a toda a gente que um dia te amei e que foste tu quem me fez poeta. Podes nadar em orgulho ao saber que todos os copos que bebi foram por ti. Que os cigarros que fumei ansiosa e apressadamente foram pela saudade do teu corpo.
Quando falarem de raios e relâmpagos, de trovões e de tufões, vais poder dizer que fui eu quem fez a China, quem ergueu muralhas e deitou as lágrimas de sangue. Quando te perguntarem se um dia me conheceste, diz que sim. Responde um afirmativo de poder e de vontade. Podes deixar o medo do conhecimento alheio, agora que te sou realmente alheio. Quando um dia o mundo se desfizer verdadeiramente em estações trocadas – o Verão pelo Outono ou o Inverno pela Primavera – aí podes descansar. Podes contar à galáxia e aos seus sobreviventes que, minha eterna desconhecida, um dia me fizeste rei.

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